Aconteceu na sexta-feira 19 em uma das salas de cinema do Shopping Iguatemi Fortaleza a quarta edição do MaxiModa. O evento, consolidado como o principal de marketing e moda do Nordeste marcou os dez anos de atuação da publicitária Márcia Travessoni, idealizadora do mesmo, no universo da moda e contou com nomes de referência internacional para debater a moda a partir do tema geral “360° – Pensando a moda por todos os lados.” O time de palestrantes foi constituído pelo criador da Osklen, Oskar Metsavaht, o estilista Amir Slama, criador da Rosa Chá, o embaixador da H.Stern Christiam Hallot, além de Andréa Bisker, representante do site WGSN e ninguém mais, ninguém menos que a consultora de moda, integrante da equipe da Vogue Brasil e papisa da moda brasileira Costanza Pascolato. Vejamos o que cada convidado trouxe de mais interessante:
Oskar Metsavaht: “Acredito em nações de estilo de vida e não em nações geográficas.”
O criador e diretor de estilo da marca Osklen, Oskar Metsavaht, apresentou a palestra de tema “Osklen – Comportamento, compromisso e atitude, empreendendo um estilo de vida.” Oskar começa sua fala através da máxima de que moda é seduzir para conquistar espaço, para isso utiliza três grandes elementos que representam muito bem essa capacidade de conquista do Brasil no mundo: o arquiteto Oscar Niemeyer, a Bossa Nova e Gisele Bündchen. Segundo ele, os três têm em comum o “Brazilian Soul”, que seria o jeito brasileiro. “Quem vem ao Brasil, vem experimentar nosso jeito de ser. Ninguém quer vir ao Brasil e encontrar o que já vê lá fora”, explica o criador da Osklen dando a formula de sucesso para qualquer marca: Linguagem Universal + Qualidade internacional + Essência Original. Ele pontua que, infelizmente, nem todo mundo lá fora espera um produto sofisticado vindo do Brasil e a Osklen surge justamente para quebrar esse tabu imprimindo estilo, qualidade e autenticidade, que é fundamental na moda, quando se quer conquistar respeito e reconhecimento. Outras duas características de suma importância são a sustentabilidade e o design inovador que segundo ele estão presentes nos produtos da Osklen, seguidora do conceito de “Think local, act global”, ou seja o estilo deve alcançar o mundo sem perder a essência de Brasil.
Amir Slama: “Qualidade não é um diferencial, é uma exigência.”
Amir Slama, criador da marca Rosa Chá, surge no palco do Maxi Moda para contar um verdadeiro exemplo de superação e sucesso. O estilista retrata um breve histórico sobre a criação e auge da marca Rosa Chá, fala sobre a queda da marca e renascimento dele, como estilista através da criação da coleção para a rede de Fast Fashion C&A, que foi o pontapé para que ele percebesse que moda e criação é o que ele realmente gosta e sabe fazer com perfeição. Hoje, Amir mantém a marca que carrega seu nome.
Costanza Pascolato: “Pesquiso em todas as linguas, inclusive as que eu não entendo.”
Já diriam os fãs: “Costanza é Costanza.” A consultora de moda começou a sua apresentação antes mesmo de ser anunciada no evento. Bastou ela entrar na sala de palestras ainda pouco preenchida pelo público que estava retornando ao local para que os presentes parassem tudo o que estavam fazendo ou falando e apenas observassem cada gesto de Costanza. E ela encantou quando foi cumprimentar todos da organização do evento, quando gentil e educamente pegou um pedaço de papel que Marcia Travessoni deixou cair no chão e quando começou a falar. Bem humorada e irreverente ela já começa sua palestra confessando: “Digo palavrões em todas as línguas…” E se o momento era de confissões ela mandou mais uma: “A moça que cantou no vídeo que me anunciou aqui, Ornella Vanoni, foi namorada do meu segundo marido, gosto dela como cantora, mas morria de ciúmes.” Brincadeiras à parte, a consultora contou um pouco sobre sua história profissional que mistura-se totalmente com a pessoal, desde sua vinda ao Brasil quando tinha apenas 5 anos de idade até a criação da marca Santa Costanza, de sua família. Para Costanza, que foi declarada uma das velhinhas mais chiques do mundo, a moda é uma realidade de comportamento de várias épocas, tudo já foi feito na moda, o que muda é se você tem um estilo de vida diferente. Acompanhada de Christian Hallot, embaixador da H.Stern ela também comentou sobre a parceria com a marca. Para finalizar, a sintetizadora da elegância brasileira declara que ama todas as épocas da história, mas os anos 60 têm sua admiração especial, visto que foi a época em que a moda começou a olhar para o futuro e não para o passado. E ela dá a palavra final: Beijos para vocês!
Andrea Bisker: “Moda é um diálogo entre cultura, sociedade e aceitação de novas ideias.”
A palestra mais aguardada pode ter sido a de Costanza, mas a a melhor sem dúvida foi a de Andrea Bisker. A publicitária pós-graduada em Ciências do Consumo foi responsável pelo início da operação do WGSN na América do Sul e Central em 2004 e proporcionou uma palestra repleta de conteúdos interessantes: alguns velhos conhecidos nossos, outros apresentados sob uma ótica diferente, mas todos de grande interesse. Ela começa desmitifcando o conceito de tendência: “Tendência não é futorologia.” Um novo comportamento surge com uma pessoa inovadora, passando por early adopters, trend setters, seguindo linearmente e de forma crescente até alcançar o mainstream. Quando uma tendência é randômica são observadas diversas manifestações em vários lugares, veja-se aí o exemplo do uso da calça skinny. Prever tendências é um processo criativo, é decodificar sinais e ligar pontos que parecem desconectados. As principais fontes para desvendar essas têndencias são a sociedade (humor, atitudes dos jovens, mudanças culturais e sociais), novos ideais de beleza, influências culturais, filmes, cinema, vídeo, blogs, inspirações online, novos livros, gêneros musicais e editoriais de moda. Andrea pontua ainda os principais movimentos observados para os anos 2011/ 2012, que são: o início das parcerias entre grandes marcas e lojas de fast fashion ( Ex: H&M e Karl Lagerfeld, Oskar Metsavaht e Riachuelo, dentre outras), o Ageless (Estilo atemporal, vintage, inspiração nos baby boomers, a idade avançada passa a ser algo muito atraente também), Genderless ( O que é feminino e masculino não é definido, ela cita também a androginia) e o Seasonless (que é não ter temporada, usar peças clássicas). Mas não devemos nos enganar: “Inspiração está em TODO lugar”, finaliza.
Texto: Joicy Muniz
Fotografia: Patrícia Mendes
2 comentários:
Parabéns, Joicy!
Foi aqui no Vintage Guide que encontrei as informações mais relevantes do MaxiModa 2011!
Obrigada por compartilhá-las! Beijos!
Vanessa, muito obrigada! Você não sabe como me deixa feliz ler isso e saber que pude contribuir de alguma forma com informações relevantes! Beeeijos! ;******
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